Ordenação episcopal do monsenhor Nivaldo dos Santos Ferreira

O monsenhor Nivaldo dos Santos Ferreira será ordenado bispo durante Celebração Eucarística na Catedral Cristo Rei, no dia 11 de fevereiro de 2021, às 10 horas – abertura do Ano Jubilar Centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Será a primeira ordenação episcopal celebrada na Catedral Cristo Rei.

Os bispos ordenantes são: dom Walmor Oliveira de Azevedo, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães e dom Vicente de Paula Ferreira.

Monsenhor Nivaldo dos Santos Ferreira foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte pelo Papa Francisco, no dia 23 de dezembro de 2020.

Em razão da pandemia da covid-19, o convite é para que os fiéis vivenciem este momento especial a partir dos meios de comunicação. A ordenação episcopal será transmitida pela TV Horizonte (Canal 30, em sinal aberto), Rádio América (AM 750), outras emissoras católicas e redes sociais.

Monsenhor Nivaldo dos Santos Ferreira

Monsenhor Nivaldo dos Santos Ferreira nasceu em Barbacena (MG), no dia 3 de junho de 1967, penúltimo filho de Francisco Ferreira e Nersinha Therezinha Viol Ferreira, já falecidos. Entrou no Seminário Menor de Nossa Senhora da Assunção, da Arquidiocese de Mariana (MG), aos 13 anos. Após o falecimento de seu pai, em outubro de 1980, ainda permaneceu no seminário por mais um ano, mas voltou ao convívio familiar no final de 1981.

Ao mesmo tempo em que concluía os estudos do ensino fundamental, antigo 1º grau, em Ibertioga (MG), onde residiu com sua tia Iolanda Santa Rosa, trabalhou em uma padaria, aprendendo diversos serviços, inclusive administrativos.

Em 1984, entrou para o Seminário Menor da Congregação dos Padres Orionitas, em Belo Horizonte. Ali concluiu o Ensino Médio e deu início ao noviciado, mas deixou a congregação, em 1987. Na sequência, monsenhor Nilvado frequentou curso preparatório pré-vestibular e trabalhou em uma empresa distribuidora de produtos alimentícios.

No ano seguinte, ingressou na primeira turma da etapa do Propedêutico da Arquidiocese de Belo Horizonte. Estudou Filosofia (1989-1991) e Teologia (1992-1995) na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Foi ordenado diácono no dia 27 de maio de 1995, na Paróquia Santo Antônio, bairro Jaraguá. Foi ordenado presbítero no dia 18 de maio de 1996, na Paróquia São Sebastião do Barro Preto. Ambas ordenações presididas pelo cardeal Serafim Fernandes de Araújo, então arcebispo metropolitano de Belo Horizonte.

Já ordenado, iniciou mestrado na Faculdade Jesuíta. Em 2001, transferiu-se para Roma, onde concluiu o mestrado em Teologia Fundamental na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Monsenhor Nivaldo desempenhou diversas funções em seu ministério presbiteral na Arquidiocese de Belo Horizonte. Foi vigário, administrador e pároco em algumas paróquias da Arquidiocese, professor no Seminário Propedêutico e no curso de Teologia da PUC Minas. Também atuou como assessor eclesiástico da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), assessor arquidiocesano da Pastoral Familiar, vigário forâneo da Forania São José do Calafate e membro do Conselho Permanente de Formação do Seminário Arquidiocesano Coração Eucarístico de Jesus.

Atuou, de 2012 a 2018, como reitor do Seminário Arquidiocesano Coração Eucarístico de Jesus. Em seguida, assumiu a reitoria do Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu, no bairro da Graça, em Belo Horizonte.

O novo bispo auxiliar eleito da Arquidiocese de Belo Horizonte também foi presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil no Regional Leste 2 (OSIB Leste 2), de 2009 a 2014, e da OSIB Nacional, de 2015 a 2018.

Atualmente, Monsenhor Nivaldo atua como formador e professor de Teologia para os candidatos da Escola Diaconal São Lourenço, coordenador do Grupo de Reitores de Santuários da Arquidiocese de Belo Horizonte e vigário forâneo da 4ª Forania Nossa Senhora das Dores, da Região Episcopal Nossa Senhora da Piedade, da Arquidiocese de Belo Horizonte.

DO BRASÃO EPISCOPAL

I – Deus Uno e Trino: a espiritualidade trinitária está indicada pela invocação central, na vertical, da Glória da Cruz: + Glória ao Pai (parte superior), + Glória ao Filho (Cordeiro Imolado — mártir, ao centro), e + Glória ao Espírito Santo (parte inferior).

II – A inspiração do Espírito Santo (símbolo da Pomba — parte superior central) preside toda a mensagem da “Paz, que é artesanal” (Papa Francisco). É o Espírito que pairava sobre as águas, na Criação (Gn 1,2); o Espírito do Ressuscitado soprado sobre os Apóstolos (Jo 20,22; At 2,2-4), para continuarem a Profecia e a missão da Igreja.

III – O Cordeiro Imolado, Jesus Cristo Redentor, explicita o lema “Oboediens usque ad mortem”.

  • Livro do Profeta Isaías 52,13: “Vede! O meu servo prosperará, será exaltado, elevado, e muito sublime.”
  •  Livro do Profeta Isaías 53,12: “Por isso, vou partilhar muitos com ele, e com os fortes dividirá os despojos, pois entregou à
    morte sua própria vida, e foi contado entre os criminosos. Ele, porém, estava carregando os pecados de muitos e agora intercede
    pelos transgressores.”
  •  Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 22,37: “Pois eu vos digo: é preciso que se cumpra em mim a palavra da Escritura:
    ‘Ele foi contado entre os malfeitores. O que foi dito a meu respeito está se consumando’.”
  • Carta de São Paulo aos Filipenses 2,8: “Obediente até a morte e morte de Cruz.”
  • ✓ Obediência (do latim oboedire = escutar com atenção, de OB, “atenção”, +
    AUDIRE, “escutar”). Escuta com atenção a Palavra do Pai, faze a vontade do Pai.
    Sê livre, sê para… Entrega-te!
    ✓ Morte (do latim mortem): morte substitutiva (de Cristo), que nos livra da morte
    eterna. É o Mistério Fontal: Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. É o Mistério
    da Páscoa: oblatividade universal: dá a sua vida por todas e todos. Esvaziou-se;
    desapegou-se, humilhou-se… Kenosis.
    ✓ Cruz e Cordeiro em vermelho: pela força do Espírito de Amor, o Martírio: maior
    testemunho. Cristo é Fiel até o fim, não para vencer, mas para servir: “Veio para
    servir e não ser servido” (Mt 20,28). “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a
    si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!” (Mt 16,24). (Mística do Chamado).

IV – A Coroa representa Maria: ela é a Rainha do Céu e da Terra porque em primeiro lugar escuta com qualidade a Palavra de Deus e oferece o seu “Faça-se” (Lc 1,38). Maria é a primeira discípula/missionária. Segue seu Filho até a Morte de Cruz! Torna-se nossa Mãe pela solidariedade misericordiosa do Coração de Jesus. A palavra profética que nasce do seu cuidadoso coração é: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

V – As doze Estrelas: indicam a totalidade do Povo de Deus ao qual servir. Reunido pelas doze tribos de Israel (Ruben, Simeão, Judá, Zebulão, Isacar, Asher, Neftáli, Efraim, Manassés, Gad, Benjamim e Levi) e, depois, constituído pelos doze Apóstolos (Pedro, Tiago, João, André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, Tadeu, Simão) enviados pelo Ressuscitado para a construção de uma “Igreja em saída” (EG 20), proclamadora da Palavra, samaritana, profética e servidora da Obra Redentora do Senhor, em todo o mundo.

VI – O Lírio representa José do Egito: irmão universal (Gn 37,11-28; 41,41ss). Representa acima de tudo José, descendente de Davi, de cuja raiz deveria nascer Jesus (Mt 1,16.20). Portanto, José escolhido e aberto à Palavra de Deus, “sonha os sonhos lindos de Deus” e não hesita em cumprir a Vontade de Deus que o chama: levanta-se e se coloca a caminho para cuidar e proteger a Vida da Mãe e do Filho (Mt 2,13) — as duas preciosidades da nossa fé. É “patris corde” (Papa Francisco): pai amado, de ternura, na obediência, no acolhimento, com coragem criativa, trabalhador, na sombra (silêncio eloquente).

VII – Na Barca de Pedro estão todas e todos os convidados (como os Apóstolos) a acolher a indicação do Senhor de “lançar as redes para as águas mais profundas” (Lc 5,4). Agitada pelos ventos e pelas ondas do mar da vida, essa barca não pode parar de buscar outra margem (sempre outra percepção). Assim, poderá colher, com ousadia e perseverança, a realidade última de cada pessoa, acontecimento, lugar cultural e social, principalmente das multidões mais pobres. A travessia da Igreja é em direção ao Reino da Justiça e da Paz. Daqui
se deduz que temos de dar passos, peregrinar, sem medo no caminho evangelizador, com Profecia e Testemunho, deixando marcas inspiradoras para facilitar a adesão a Cristo.

VIII – Nuvem: o “Lançar as redes” hoje é “entrar na Rede”. Tempos desafiadores de comunicação. De fato, a nuvem na Bíblia significa, tanto no AT quanto no NT, o lugar da auto-comunicação de Deus ao ser humano: por exemplo, “na manhã do terceiro dia…, uma nuvem espessa cobria a montanha…, o Senhor desceu sobre o monte Sinai, e chamou Moisés… (Ex 19, 16.20) e “Da nuvem veio a voz: ‘Este é o meu Filho Amado, Escutai-O’” (Mc 9, 7). Agora, da Nuvem Virtual (ciberespaço) deve ecoar a Palavra para todos que estão conectados, independentemente de raça, sexo, credo, cultura e realidade  social. “Tudo está interligado!” (Laudato Sì, 138). O azul do mar é acolhedor
da nossa humanidade peregrina, responsável pela construção artesanal da justiça e da paz: “Vamos precisar de todo mundo: um mais um é sempre mais que dois, a felicidade mora ao lado… Para melhor construir a vida nova, é só repartir melhor o pão.” (Beto Guedes, Sal da Terra).

IX – O semicírculo verde que divide o brasão é habitado ecologicamente pela sonhada Casa Comum, que deve ser cuidada por todos. Recolhedora de energia pura (sustentável), para inspirar a Economia de Francisco e Clara, que prioriza a vida de todos, principalmente dos pobres, três antenas em movimento indicam o ser humano aberto a Deus, capaz de colher também a energia espiritual ininterruptamente — única que permite garantir a Ecologia Integral, da fraternidade e amizade social (Fratelli Tutti, 6).

X – Três montes são indicados na parte superior com as linhas coloridas em vermelho, verde e escuro. O Monte é o lugar da mística (pela ascese e oração, o diálogo salutar com Deus): “Jesus subiu ao monte para rezar” (Mt 14,23). O primeiro monte, em vermelho, alude ao Monte Calvário, onde foi fincada a Cruz de Cristo neste mundo para nos salvar. O segundo monte, escuro, a Serra da Piedade — Magnífica Arquitetura Divina (Jardim de Nossa Senhora da Piedade) — de que devemos cuidar, proteger e não explorar seu minério para abastecer a ganância e o lucro. É Casa Comum de todas e todos, e não fonte de riqueza de alguns poucos. Assim é toda a natureza, indicada pelo terceiro monte, que é o Monte Mário, situado na Serra da Mantiqueira, em Barbacena – MG, referência para o Distrito Rural do Faria, terra natal do bispo.

XI – O dourado que circunda toda a periferia do Brasão indica a opção preferencial pelos pobres e caídos (o ouro da Igreja), reafirmando uma Igreja samaritana e em saída. É o verdadeiro tesouro da Igreja, como menciona São Lourenço, mártir. São os preferidos de Deus e aqueles que foram buscados por  Jesus, seja nas periferias das cidades (caídos e esquecidos pelos caminhos), seja nas periferias existenciais da sociedade adoecida pelo preconceito e pela injustiça social. De fato, Deus caminha conosco, luta conosco e não faz acepção
de pessoas (At 10,34).

Fonte: Arquidiocese de Belo Horizonte

Papa: a proximidade é um bálsamo para quem sofre na doença

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

«Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos»: este versículo do Evangelho de Mateus (Mt 23, 8) inspirou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Enfermo de 2021, celebrado tradicionalmente no dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes.

O texto foi divulgado esta terça-feira (12/01) e é intitulado “A relação de confiança, na base do cuidado dos doentes”.

De modo especial, o Pontífice dedica a mensagem às pessoas que sofrem em todo o mundo os efeitos da pandemia do coronavírus. “A todos, especialmente aos mais pobres e marginalizados, expresso a minha proximidade espiritual, assegurando a solicitude e o afeto da Igreja.”

Ninguém está imune do mal da hipocrisia

Quanto ao trecho do Evangelho de Mateus, o Papa explica que Jesus critica a hipocrisia de quantos dizem, mas não fazem. Esta crítica, afirma,  é sempre salutar para todos, “pois ninguém está imune do mal da hipocrisia”, um mal muito grave, cuja consequência é reduzir a fé a “exercícios verbais estéreis, sem se envolver na história e nas necessidades do outro”, isto é, uma incoerência entre o credo professado e a vida real.

A experiência da doença, escreve Francisco, nos faz sentir a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro. A doença obriga a questionar-se sobre o sentido da vida; uma pergunta que, na fé, se dirige a Deus.

A doença tem um rosto

Como remédio à hipocrisia, Jesus propõe sentir empatia e deixar-se comover pelo sofrimento do irmão.

A doença, afirma ainda o Papa, tem sempre um rosto: o rosto de todas as pessoas doentes, que se sentem ignoradas, excluídas, vítimas de injustiças sociais que lhes negam direitos essenciais.

Para Francisco, a atual pandemia colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes, que deveria ser uma prioridade. “Isto depende das opções políticas, do modo de administrar os recursos e do empenho de quantos revestem funções de responsabilidade.”

“Ao mesmo tempo, a pandemia destacou também a dedicação e generosidade de profissionais de saúde, voluntários, trabalhadores e trabalhadoras, sacerdotes, religiosos e religiosas: com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, ajudaram, trataram, confortaram e serviram tantos doentes e os seus familiares.”

Com efeito, prossegue o Papa, “a proximidade é um bálsamo precioso, que dá apoio e consolação a quem sofre na doença”. Quem serve, fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até “padece” com ela. “Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas”, escreve o Pontífice, citando uma sua homilia pronunciada em Havana, Cuba, em 2015.

Confiança

Neste serviço para com os mais necessitados, Francisco aponta como decisivo o “aspecto relacional”, isto é, a confiança que se cria entre o doente e quem o acompanha.

“Esta relação com a pessoa doente encontra uma fonte inesgotável de motivações e energias precisamente na caridade de Cristo, como demonstra o testemunho milenar de homens e mulheres que se santificaram servindo os enfermos.”

As curas realizadas por Jesus, destaca o Pontífice, nunca são gestos mágicos, mas fruto de um encontro, uma relação interpessoalem que ao dom de Deus, oferecido por Jesus, corresponde a fé de quem o acolhe.

Que ninguém fique sozinho

Francisco então conclui recordando que uma sociedade é tanto mais humana quanto melhor souber cuidar dos seus membros frágeis e atribulados e o fizer com uma eficiência animada por amor fraterno. “Tendamos para esta meta, procurando que ninguém fique sozinho, nem se sinta excluído e abandonado.”

Por fim, o Papa confia todos os doentes e agentes da saúde a Maria, Mãe de Misericórdia e Saúde dos Enfermos. “Que Ela, da Gruta de Lurdes e dos seus inumeráveis santuários espalhados por todo o mundo, sustente a nossa fé e a nossa esperança e nos ajude a cuidar uns dos outros com amor fraterno. A todos e cada um concedo, de coração, a minha bênção.”

Fonte: Vatican news

Modificado o rito de imposição das Cinzas em tempo de pandemia

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou uma nota especificando os procedimentos a serem seguidos pelos sacerdotes durante a celebração da Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma: máscara e fórmula recitada apenas uma vez

Fonte: Vatican News

A situação de saúde causada pela crise pandêmica do coronavírus continua exigindo uma série de atenções que também se refletem em âmbito litúrgico. Tendo em vista o início da Quaresma deste ano, na quarta-feira 17 de fevereiro, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou em seu site as disposições a serem seguidas pelos celebrantes no rito de imposição das Cinzas.

“Feita a oração de bênção das cinzas e depois de as ter aspergido com água benta sem dizer nada – precisa a nota -, o sacerdote, voltado para os presentes, diz uma só vez para todos a fórmula que se encontra no Missal Romano: ‘Convertei-vos e acreditai no Evangelho’, ou ‘Lembra-te que és pó da terra e à terra voltarás’.”

Depois, prossegue a nota, “o sacerdote lava as mãos, coloca a máscara protegendo o nariz e a boca, e impõe as cinzas a todos os presentes que se aproximam dele, ou, se for mais conveniente, aproxima-se ele do lugar daqueles que estão de pé. O sacerdote pega nas cinzas e deixa-as cair sobre a cabeça de cada um, sem dizer nada”.

Cuidados e cuidadores

A humanidade vive triste flagelo em razão de colapsos nos campos da saúde, da economia e da política, que impedem o início de um novo ciclo civilizatório, evidenciando um grave problema: a generalizada falta de cuidado. É preciso, e urgentemente, revitalizar em cada pessoa, a condição de cuidador, para inspirar uma cidadania qualificada. Se o ser humano não assumir sua condição de cuidador, dificilmente conseguirá debelar pandemias, mudar cenários flagelados por desigualdades sociais e superar situações vergonhosas de exclusão, que geram cenários de guerra quando se consideram as estatísticas de mortos, de famintos e de encarcerados.

O compromisso de cuidar do próximo, que é irmão, se assumido pela humanidade, é alavanca propulsora capaz de tirar a sociedade de seus abismos. Possivelmente, há quem pense que essa constatação é simples inferência romântica, ingênua, com pouca incidência na realidade. Mas desconsiderar a força do cuidado é mais um obstáculo para se alcançar as metas desejadas pela sociedade, traduzidas nos votos repletos de esperança que tanto marcam o início de novo ano civil. O descuido com o próximo e com a Casa Comum comprova o tamanho da crise civilizacional que pesa sobre os ombros da humanidade. Faz a sociedade sofrer com processos de despersonalização, com desperdícios e, particularmente, com a indiferença que mata, pela economia, pela mesquinhez de apegos e por um precário sentido de corresponsabilidade em relação ao outro, que é irmão.

Assim, assiste-se a uma realidade em que inimizades e disputas alimentam almas vorazes que se deleitam com o fracasso alheio. Pobres almas que se apegam à ilusória proteção, pois somente contribuem para consolidar uma humanidade com caraterísticas autofágicas, na contramão de tudo o que os avanços científicos e as conquistas tecnológicas apontam. Sinal evidente dessa humanidade que se autodestrói é a dificuldade de se respeitar normas, a exemplo da recomendação para se usar máscaras, evitar aglomerações e, disciplinarmente, seguir protocolos sanitários, para combater a pandemia da covid-19.

Há, pois, uma carência no sentido de corresponsabilidade que incide no exercício da cidadania, contamina instituições, domina segmentos e obscurece a ação de autoridades – sem força de liderança para articular propostas, intuir estratégias e agir com rapidez para superar a pandemia e outras graves crises. A situação global exige de líderes respostas qualificadas e não permite titubeios – responsáveis também pelo caos social, sanitário e econômico que pesa sobre os ombros de todos, embora alguns, pecaminosamente, lucrem com o sofrimento alheio.

Urgente é despertar e educar a consciência de cada pessoa para que todos assumam a condição de cuidadores. O ponto de partida é a conversão de hábitos políticos, culturais e espirituais, para estabelecer um novo estilo de vida. Trata-se de um movimento civilizacional complexo, exigente, de aprendizagem desafiadora, pois são muitos os hábitos já assimilados, que alimentam pesados riscos. A falta de cuidado com o próximo e com a Casa Comum é estigma consolidado, facilmente identificado em diferentes gestos que revelam indiferença, desperdícios e carência de lucidez. Por isso, avanços na ciência e na tecnologia, que oferecem oportunidades para novos passos civilizacionais, tornam-se oportunidades perdidas, pois processos espirituais e adequado exercício da cidadania, que deveriam ser a regência das mudanças almejadas pela humanidade, permanecem aprisionados nas estreitezas de obscurantismos, polarizações, fechamento ao diálogo. Consequentemente, compromete-se a paz, o desabrochar da cultura. Contenta-se com um “ar viciado”, incapaz de arejar o exercício da cidadania.

Muitas vezes a humanidade parece estar em um “beco sem saída”, pois continuam a aumentar os prejuízos que ameaçam o presente e o futuro. Hoje, é urgente e muito aguardada a vacina capaz de proteger o mundo da covid-19.  Mas é igualmente imprescindível que cada pessoa também busque imunizar-se de outro vírus pandêmico: o descuido com a Casa Comum e com o outro, que é irmão e irmã. Todos se tornem cuidadores uns dos outros. O gosto pelo cuidado seja assumido como ethos constitutivo e insubstituível do ser humano. A atitude de cuidar precisa alimentar processos de humanização.

O ponto de partida para tornar-se cuidador é a simplicidade de um princípio cristão de ouro: considerar que o outro é sempre mais importante. Assim, o cuidado com tudo e com todos se torna compromisso cotidiano, inspirando a opção preferencial pelos pobres e a preservação do meio ambiente. E a vestimenta interior de cada ser humano pode se livrar dos rancores e de outros males. Passa a ser tecida com os fios preciosos da solidariedade, que compõem a roupa do verdadeiro cuidador.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Fonte: Arquidiocese de Belo Horizonte

Papa Francisco torna institucional o exercício dos ministérios do Leitorado e Acolitado pelas mulheres

O Papa Francisco estabeleceu com um motu proprio que os ministérios do Leitorado e do Acolitado sejam de agora em diante também abertos às mulheres, de forma estável e institucionalizada, com um mandato especial.

As mulheres que leem a Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas ou que servem no altar, como ministrantes ou como dispensadoras da Eucaristia, certamente não são uma novidade: em muitas comunidades ao redor do mundo são atualmente uma prática autorizada pelos bispos.

Até agora, porém, tudo isso ocorria sem um verdadeiro e próprio mandato institucional, em derrogação ao que foi estabelecido por São Paulo VI. Ao abolir as chamadas “ordens menores”, em 1972, o Santo Padre decidira manter o acesso a esses ministérios reservado apenas ao sexo masculino porque os considerava preparatórios para o eventual acesso à ordem sagrada. Agora o Papa Francisco, seguindo a rota do discernimento que emergiu nos últimos Sínodos dos Bispos, quis oficializar e institucionalizar esta presença feminina no altar.

Motu proprio “Spiritus Domini

Com o motu proprio “Spiritus Domini”, que modifica o primeiro parágrafo do cânon 230 do Código de Direito Canônico que é publicado hoje, o Pontífice estabelece, portanto, que as mulheres podem ter acesso a esses ministérios e que a elas sejam atribuídos também através de um ato litúrgico que as institucionalize.

Francisco especifica que desejou aceitar as recomendações que surgiram das várias assembleias sinodais, escrevendo que “nos últimos anos foi alcançado um desenvolvimento doutrinário que destacou que certos ministérios instituídos pela Igreja têm como fundamento a condição comum de batizados e o sacerdócio real recebido no sacramento do batismo”. Portanto, o Papa nos convida a reconhecer que estes são ministérios leigos “essencialmente distintos do ministério ordenado que é recebido com o sacramento da Ordem”.

A nova formulação do cânon diz: “Os leigos com idade e dons determinados por decreto da Conferência dos Bispos podem ser nomeados em caráter permanente, através do rito litúrgico estabelecido, para os ministérios de leitores e acólitos “. Portanto é abolida a especificação “do sexo masculino” referente aos leigos e presente no texto do Código até a emenda de hoje.

motu proprio é acompanhado por uma carta dirigida ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luis Ladaria, na qual Francisco explica as razões teológicas de sua escolha. O Papa escreve que “no horizonte de renovação traçado pelo Concílio Vaticano II, há hoje uma urgência cada vez maior em redescobrir a co-responsabilidade de todos os batizados na Igreja, e em particular a missão dos leigos”. E citando o documento final do Sínodo para a Amazônia, observa que “para toda a Igreja, na variedade de situações, é urgente que os ministérios sejam promovidos e conferidos a homens e mulheres…. É a Igreja dos batizados que devemos consolidar, promovendo a ministerialidade e, sobretudo, a consciência da dignidade batismal”.

Francisco, em sua carta ao cardeal, depois de recordar com as palavras de São João Paulo II que “com relação aos ministérios ordenados, a Igreja não tem de forma alguma a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”, acrescenta que “para ministérios não ordenados é possível, e hoje parece oportuno, superar esta reserva”. O Papa explica que “oferecer aos leigos de ambos os sexos a possibilidade de acesso ao ministério do Acolitado e do Leitorado, em virtude de sua participação no sacerdócio batismal, aumentará o reconhecimento, também através de um ato litúrgico (instituição), da preciosa contribuição que durante muito tempo muitos leigos, inclusive mulheres, oferecem à vida e à missão da Igreja”. E conclui que “a escolha de conferir também às mulheres estes cargos, que envolvem estabilidade, reconhecimento público e um mandato do bispo, torna mais eficaz na Igreja a participação de todos na obra de evangelização”.

Esta medida é a conclusão de um aprofundamento da reflexão teológica sobre estes ministérios. A teologia pós-conciliar redescobriu, de fato, a relevância do Leitorado e do Acolitado, não somente em relação ao sacerdócio ordenado, mas também e sobretudo em referência ao sacerdócio batismal. Estes ministérios fazem parte da dinâmica de colaboração recíproca que existe entre os dois sacerdócios, e têm destacado cada vez mais seu caráter particularmente “laico”, ligado ao exercício do sacerdócio que pertence a todos os batizados como tais.

Fonte: Arquidiocese de Belo Horizonte

“Te Deum”: canto de agradecimento no último dia do ano

Neste último dia do ano, 31 de dezembro de 2020, o Fr. Rodrigo Antônio, presidirá na Igreja Capela Santa Cruz, às 18h00, as Primeiras Vésperas da Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, Maria, com o canto do Te Deum e a Bênção do Santíssimo Sacramento.

Para participar, faça sua inscrição na Secretaria Paroquial.

Antífonas Ó

SEMANA SANTA DO NATAL

COMUNIDADE CELEBRA JUBILEU DE PRATA

Entre os dias 30 de novembro e 07 de dezembro, a Comunidade Nossa Senhora da Esperança, recebeu com amor fraterno, os membros da Comunidade na celebração da Novena Jubilar.

Na Solenidade da Imaculada Conceição, 08 de dezembro, em missa presidida pelo pároco Fr. Rodrigo Antônio, OSA, foi celebrada a festa do Jubileu de Prata – 25 anos.

A celebração foi marcada pela emoção dos membros da comunidade, especialmente os que estiveram desde o início da caminhada eclesial. Fr. Rodrigo Antônio convidou a comunidade a fazer sempre memória do caminho realizado e manter um coração agradecido por todo bem realizado em favor do Povo Santo de Deus.

Ao recordar leigos e leigas, religiosas e religiosos, o pároco ressaltou a marca que pessoa deixou na vida comunitária: “nossa comunidade nasceu, cresceu e hoje caminha com o testemunho e dedicação de cada irmão e irmã que marcaram com seu jeito de ser o amor pelo próximo e pela Igreja”.

A celebração foi marcada pela emoção e sentido de comunhão eclesial de toda a Paróquia.

É ADVENTO!

Iniciando um novo ano litúrgico, preparamos a vinda do Senhor Jesus pelo seu advento. Unidos à Igreja no mundo inteiro, celebramos este tempo santo e clamamos: “Vem, Senhor, não demores!”.